Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

25.4.08

Humor de verdade? Parte 1

Bom, hoje eu vim aqui pra mostrar pra vocês que humor de verdade não precisa humilhar ninguém. A graça está na piada e não na pessoa humilhada não é! Pergunta ali praquele gordão, ali, atrás do careca, está vendo? Como não? Vocês são de onde? Portugal. Desculpe gente, mas isso me fez lembrar de um grande amigo que voltou a pouco de fora! Passou anos na Europa. Legal, viajadão, agora está aqui de volta tirando onde de poliglota. Normal, aventura da classe média. Mas agora não é hora de falar sobre Brasileiro na gringa. Vamos às risadas. Então, o cara é descendente de japonês. Japinha. Tem algum aí na platéia? Olha lá, um, dois, três no máximo, e já devem ter tirado umas 250 fotos cada. Sempre tem poucos deles não é? Japonês sempre representa uma parcela menorzinha da platéia. Menorzinha entende? Pois é, voltando ao meu amigo japonês, ontem na mesa do bar comecei a ouvir as histórias da viagem. Primeiro que o cara já chegou lá como todo brasileiro: querendo fazer onda com a expectativa dos europeus quanto à nossa ginga em geral. Aquele jeitinho brasileiro. Chegou lá todo MPB, falando de samba a Capitão Nascimento. E ele, contando as histórias pra gente, descreveu o xaveco numa francesinha que ele conheceu em Londres, logo na primeira semana. Já chegou mandando um je t'aime e cantando “Garota de Ipanema”. Não deu nem tempo para contar mais detalhes, um dos amigos da mesa quis tirar um sarro com a Brasilidade do japonês e disse: - Olha lá o japonês se achando o Toquinho. Gente, o silêncio durou três segundos. A melhor piada espontânea do Mundo. Se fosse de propósito não teria tanta graça. Toquinho, japonês. Mas ele continuou com a história da francesinha, que era pra ter sido a primeira refeição dele no velho mundo. Pois não é que o japonês chegou em Londres no ápice do inverno e levou a francesinha pra um quarto frio de rachar. Vocês já imaginam não é? O cara chegou no aeroporto parecendo turista americano no Brasil, só faltou uma camisa florida, daquelas de havaianos. Na hora que a porta automática abriu, deu pra lembrar a cena do filme “Jamaica abaixo de zero”, quando a equipe dos jamaicanos chega no inverno dos EUA e se vestem até com as malas. Ele saiu todo enrolado nas blusas, um autêntico “Rolinho Primavera”, aliás, “Rolinho Inverno”. Então, lá no quarto com a Francesinha, tendo que pegar o dicionário pra entender a etiqueta da roupa que explica como soltar a trava do zíper, ele acabou conseguindo ficar peladão, pra tristeza da menina. A cara que ela fez quando viu o equipamento deixou o japonês indignado. Xingou até a mãe do Napoleão e teve que apelar pra cultura brasileira, que era o que a francesinha esperava antes de ele abriu a calça. Virou com raiva e mandou a clássica: “Japonês é o C........, é que no frio fica pequeno p.....” Alá Dadinho no cidade de Deus. Perdeu a Francesinha e ganhou um resfriado. Mas a viagem foi boa pra ele, acabou crescendo bastante, principalmente quando chegou aqui, no verão. Continua...