Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

30.4.08

Caras e caretas de Caetano.

Século XXI, mesa de bar, elite intelectual da cultura nacional, Salvador, Bahia, Brasil. Chama-se Caetano o homem que desdenha da minha tentativa de aproximação para uma conversa desbravadora sobre sua carreira artística e os momentos políticos dos quais participou com sua trupe. - Que maravilha Caetano, posso me sentar? - A Bahia é livre meu filho, livre de tudo, menos de vocês urbanóides ingratos do sul, mas não sulistas. - Pois então me conte um pouco sobre a sua Tropicália! - Olhe, a Tropicália não é minha, a tropicália não é de ninguém, onde foi que você leu que registraram a Tropicália? - Sabe? É isso que me enoja em vocês, grandes sábios daqui. Onde é que está o prazer em conhecer? Vocês todos são uns patos para consumir cultura, engolem tudo na crença de que os fará maiores e melhores, mas sempre defecam a merda de vocês na cabeça dos que te empalham no altar. O grande barato é aprender com prazer e só aquilo que interessa, me admiro com seus feitos sim, mas os feitos de hoje me admiram mais, pela legitimidade e espontaneidade. Vocês espontâneos, nunca foram espontâneos. - Eu vou lhe chamar a segurança. Não tenho que escutar de vocês, opiniões colhidas em Blogs e boblogs por aí. Faço música e fiz política, sou feliz, é disso que eu gosto, sou espontâneo no meu espaço e você o está invadindo. - Sabe Caetano, eu te respeitava muito, aliás, nada do que eu disse vale de verdade. Eu disse tudo isso só para irritá-lo e foi por dois motivos: a sua incapacidade de me tratar bem e a minha vontade de ver brotar seu espírito criativo, que tanto me inspira. Mas não deu, só irritei né? Do seu espírito criativo, fiquei com a construção da frase: “vou lhe chamar a segurança” e o “boblogs”. Obrigado pelo pouco que levo do encontro. - Queria mais? Pegue aqui essas notas velhas de Real e vá-te à merda, intelectualóide desinformado. - O prejuízo da condução está pago e vá-te à merda seu factóide vencido. Fato: eu adoro o Caetano. Fato: eu odeio o Caetano.