Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

20.9.06

Escrever Para Curar

O céu mais bonito, do dia, eu já não consigo enxergar. A luz que ilumina me sega e me guia por caminhos incertos sem me consultar.
A noite, ao certo, me deveria cegar. Mas é quando eu vejo a mais distante estrela brilhar.
Aquela certeza de antes eu pude sentir apagar, e para fugir dessa dúvida devo meus olhos cerrar?
Pensei ser mais fácil escrever para curar. Mas sem alguém para dizer, eu só posso esquecer e chorar. Enxugar minhas lágrimas, dar um passo adiante e viver.
Só que isso eu não quero mais, passei toda vida a fugir e ao meu coração enganar.
Sempre fingi não querer tudo o que vivi a buscar, sonhando um dia esquecer e apagando devagar, todo meu sofrer. Assim só fiz chagas que nunca irão se fechar.
Se for para fugir da vida, outra vez, eu escolho apanhar. Melhor sangrar tudo agora, para fora, do que carregar.
Me bate! Me chuta da sua vida, mas não me deixe sonhar. Só não quero levar a ferida para o amanhã, sem lutar.