Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

8.9.06

Do Diário Não-Oficial de Marco Pólo (só um trecho).

Já não há espaço que me comporte nas formas que tomei depois de tanta vida. Não me basta mais rasgar o véu pra atravessar, mesmo sem ter ido lá já sei que lá não é. É como um sonho daqueles, de acordar suado, que você não encontra sua casa. Mas não é sonho. Que mundo é esse que não oferece aconchego pruma vida toda dedicada a entendê-lo? Só posso, agora, pensar que não é meu mundo. Vou ter que ir pra outro mundo pra saber o quanto me importo com esse aqui? Marte? O tempo não é importante, não é substancial nas circuntâncias atuais. Nem que leve 100 anos. De onde eu vim é pra onde eu vou. Ainda posso ouvir a promessa do meu pai ecoando em minha mente. Essa gente mente e eu não vou participar. Eu não sou daqui. Ei, você! Dá-me rumo, pra que eu sozinho assuma o prumo dessa vida descarada: minha jornada. Presunção dizer que já vi tudo? Não. Eu já o vi! A fuga agora é rever, dessa vez de ponta cabeça. O mundo é que tem que mudar pra caber tudo que eu carrego comigo. Formigas e Aviões, o importante é que você já os tenha visto, pra quando olhar denovo, na volta pra casa, sentir aquele gosto de vitória que só os pródigos digerem. Amargo mas satisfatório, nascerá um sorriso, afinal.