Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

10.7.06

Ode aos Heróis (nem tão Ode, nem tão heróis).

Aos suicidas e às crianças sem herói. Impotente diante da inércia, a lágrima brota do seu esforço máximo e expurga os demônios inquilinos de sua alma. Mas, comprometido e cansado de lutar uma guerra sem inimigos que não sejam seus próprios medos e angústias, declara a vida culpada e a sentencia à morte. Mais uma vez a inércia impede a atitude e o que lhe resta é conformar-se. Conforme-se e terá o chão sobre sua cabeça e mais impotência, aquela da qual tanto tentas fugir. Viver é mesmo um ato inerte, a capacidade de contemplação é a faculdade que nos difere entre os felizes e sofredores. Viver não é lutar, quem luta já perdeu o poder de viver. Viver é viver. Hoje é agora, ontem já passou e amanhã ainda virá. Mudar o mundo é pra depois, chorar as perdas é já se foi. Para agora é viver.