Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

10.7.06

Eu só Você

Eu só você Como é que eu posso cuidar de mim se eu só você? Como é que eu posso chorar, brincar, ser ou fazer se logo ao acordar eu já você? Você pra mim é verbo e eu não nego o desprazer de quando eu não você. Mas se eu deixar meu coração trilhar caminhos que me levem a você, o que é que eu vou ser? Amar, jogar, perder, ganhar, sonhar, correr, pensar você. Calar, sentir, descer, subir, cair, você, você. E você nunca eu, nem mesmo a mim, nem quando está a fim. Você nunca meu, sempre seu e isso é tão ruim. Que tudo se desfaça e que eu consiga chegar ao fim, você ou não. Só peço a você que se lembre dos dias que eu você. Que dê valor ao eu que a mão sempre lhe estendeu. Que faça figas na torcida pra que eu pare de você e vá viver outras, sem deixar feridas pra eu cuidar em mim. Eu só você, mas isso não pode ser. Eu só você, mas isso eu não vou querer. Eu quero um pouco de mim pra eu poder viver.