Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

29.9.06

Como Avôa o Meu Penar

Parado em frente a mim mesmo eu já não me entendo mais. Um dia quero voar, no outro, derrubar você. Você que voa sem sofrer, que bate as asas abertas só pra eu ver. Pássaro branco que me causa inveja, já não me reconheço com pedras sempre à mão a te esperar. Nunca quis te machucar, sempre quis te ver passar, mas hoje eu me machuco só de pensar que você tem o poder que eu sempre quis dominar. É, o poder muda um homem, muda de nome, muda de mão, mas só machuca quem o quer de verdade, pois quem o tem sem querer sempre sabe o que fazer. Quando é que eu vou te ver pedindo ajuda pra nadar, isso eu sei fazer, só não sei satisfazer. Quero gostar tanto disso que eu não consigo pensar em outra coisa que não seja te afogar. Quem sabe se eu fizer você sumir, vou esquecer o quanto eu quero o ar e viverei mostrando aos outros como sou bom de mar. Desce aqui pra me contar o segredo de como é bom poder sem querer, viver sem desejar. Até lá eu vou nadando, com braçadas largas, na esperança de que você, daí de cima, um dia veja meu sofrer.