Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

11.1.07

Pré-Destinado

Era dia, o sol se via porém chovia, há dias. Agonia. Tudo que era bom nem existia, alegria, como agradecer melancolia? Eu já sabia, seria, seria.Qualquer movimento arrastaria mais alguém desistiria de andar, caminharia contrariando a multidão que o seguia, seguindo então a solidão que nele havia. Perdoaria? Ah sim, que há de ter no perdão da saborosa e multiétnica multidão, não seria culpa capital do messias se findasse a linha terminal já traçada pelo destino. Destino esse já desenhado pelo poder maior, o ser supremo da hipocrisia. Fez o local sem data certa, colocou o sujeito e escreveu a história, agora cobra coerência de quem nunca foi ensinado a ser coerente. Corrente do bem? Valha me Deus, aleluia e outros jargões celestiais.

Postei... até que enfim..

Postei...

Choveu?

Antes de hoje só havia um nada. Nada é capaz de fazer o tempo passar mais rápido do que ter algo, que não seja nada, a se fazer. Ócio é vácuo temporal congelado no instante e não há mais espaço para avançar ou retroceder. Guerras que viram farras de vanguarda, abutres famintos ao pé da cerca, mordendo seus calcanhares, te fazem seguir em frente. Ou a sua mente inquieta remonta o incômodo do ontem e levam seu prazer de estagnção. Experimente, teste um segundo que seja, mente vazia, olhos no momento, suspensos, sem respirar, nem pensar. Pense em não respirar, respire sem pensar, sem observar, contemple. Vazio inalcansável.Ruínas vistas no seu rosto, no fundo dos seus olhos ou reflexos em seu semblante que não temem revelar suas fraquezas.E quanto a descontrução das fraquezas? Seria isso a solução ou os riscos do passado insistirão em corroer sua alvura, sua transparência?Sorrisos sinceros só quando houver o nada. Contruirei esse nada sem pestanejar, mesmo que haja de haver, mesmo que chove desprazer, logo estarei dançando parado, sorrindo molhado. Choveu um dia, mas eu nem me lembro mais.