Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

1.11.06

NÃO HÁ ACASO NO VENTAR

Pleno de suas faculdades emocionais, buscando correntes novas de vento razão, o pássaro enxergava de longe o alto do morro no qual nem a chuva chegava. Ele sabia que era lugar reservado somente aos que voavam e já estava cansado de temer os riscos do vôo. Ali no chão era ave respeitada pelas histórias de planar que contava aos outro que, como ele, temiam o ar. Mas era temor limitado pois sabia que o dia de voar havia chegado. Conheceu naquele verão o ser de penas que acalmou seu coração. Foram juntos à beira do galho se jogar na imensidão. Desde aquele salto não se ouviu mais seus pios. Apenas um canto feliz do longe que que parecia chamar ao amor, os que vivam no chão, na dor. Voa que é para ver que o amor nunca vem à toa.