Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

10.10.06

Clichês Afinados ao Sol, Sem Dó.

Quem canta seus males espanta e espantados eles dançam, ao som marcado do seu violão. A voz que adoça os mais azedos amores, ecôa na imensidão do seu vácuo de esperanças perdidas com a vida. É mais fácil parar por aqui do que viver os sumiços de escutar sons perdidos para seguir. Não me venha com xurumélas por ter dado a ela o tudo que tinha, tão seu. O dia ainda nem nasceu e você já engole o medo da escuridão como se fosse o último pedaço da sobra do pão. Para quem sorri não ficam sobras, mesmo que pouco, o amor se desdobra em pedaços que fariam afinados todos seus versos, mesmo os monossilábicos. Pá tá ti, pa tá tá, bata o pé para falar um pouco de você, alguém pode até ouvir dizer. Não negue ser o Dó de uma canção sobre pena. Sem pena ninguém terá dó. Faça um Fá de fazer alegria, um Mi de matar o seu mal que Si não puder acalmar, vai matar qualquer Ré de voltar. Volta e revolta seus pares de nota, dedilhe as noites sem Sol como se fossem completos acordes de acordar de manhã. A música é mais do que eu posso entender sem rimar.