Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

18.10.06

Pára de Parar (Pára de Sonhar)

Pó de pirlimpimpim, sempre tem alguém que traz pra mim. Se eu estalo um dedo assim, sempre vem um mal sem fim. Pra parar agora, não há quem consiga, começa uma briga pra não terminar. E vira guerra, se desmantela e mancha todo de sangue o brim. Cinderela, na janela, quem é que vai chorar por ela? Passe de mágica sem mesmo um mago, magoa o coração que sofre sem afago. Passe pra frente o que eu disse, pois é de repente que vem a velhice e pega no seu cancanhar, pra nunca mais desgrudar. Derruba os sonhos que você só fez sonhar, mas os muros que ergueu não hei de ver tombar. Pára de parar, sem sonhar não dá, mas sonhando não se faz nem rebelião, morte ao caboclo que de dormir ficou ôco e se afundou no chão. Esses versos sem sentença são para você irmão, mesmo sem nem ter nascido, já te quero ver crescido. Se vier pra mim em filho, vou te receber com pão, mas se duvidar do que eu digo eu recolherei a mão. Pára de parar em vão.