Lê-lo-ei

Desde rebento já fazia escrever. E sempre sem desviar-se do objetivo. Às vezes com um gesto ou com um som, chamava a atenção, persuadia e alcança a meta, com plano traçado. Um choro, dos bem chorados, acordava os interessados e sempre os fazia entender, qualquer que fosse o querer. Hoje, em degrais Maslownianos mais altos, já não chora mais. Hoje faz rir e chorar. Quem escreve mais, chora menos. (é tudo ficção).

1.10.06

Matar é Fuga

Foi vista na sala de estar, pelos que a fizeram chorar, na data do seu findar, com muito esperança no olhar. Não foi suicídio. Olhos que brilham como brilhavam os dela nunca seriam capazes de cerrar por conta. De seu viver foi dado cabo, algo encomendado, premeditado. Quem quer que fosse o agente, não pode ter sido o mandante. Para acabar com tal beleza, só mesmo desconhecendo suas proezas. Com as próprias mãos não, mas com palavras de razão sem razão. Só coração pode apagar tanta luz. Por inveja ou medo de não controlar, um amante qualquer poderia desesperar e sofrer, mas matar. Controle-se para não perder o fio racional que lhe resta, daqui para frente deverá tecer uma manta completa para andar no caminho da vida real. Já não basta bater coração, é preciso cantar a razão.